Diário Trabalhista do Covid19 no Brasil: O necroliberalismo do governo Bolsonaro, quem não (mais) produz valor será descartado

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de Osmar Alencar Jr (Professor do Departamento de Economia da UFDPAR)

[Este artículo en portugués, del 03/04/2020, O NECROLIBERALISMO DO GOVERNO BOLSONARO: quem não (mais) produz valor será descartado, es parte de los diarios laboristas del Covid19 en Brasil, aquí los encuentras: link]

Em tempos de pandemia e de redução/paralisação das atividades econômicas não essenciais no combate ao COVID-19, o Estado mais uma vez é chamado para salvar o mercado e a vida da população mundial. Aquele mesmo Estado, que foi achincalhado e demonizado pelos neoliberais, na crise dos anos 1970, dos anos 1980 e, recentemente, em 2007, com os argumentos mesquinhos de ineficiência, gigantismo, intervencionismo e descontrole. Até o Plano Marshall, implementado pelos EUA para reconstruir a Europa no final da segunda guerra mundial, está sendo invocado pelos mais ferrenhos representantes da doutrina neoliberal no mundo e no Brasil. Uma idiossincrasia na “sacrossanta” ideologia neoliberal, pois tudo o que não admitem, teoricamente, é a intervenção do Estado na economia, ainda mais para salvar a vida da classe trabalhadora, em especial daqueles que não (mais) produzem valor e oneram demasiadamente as receitas públicas.

Se considerarmos a prática como o critério da verdade, as políticas públicas neoliberais, sejam econômicas e/ou socioambientais, escamoteiam a realidade da intervenção do Estado através dos artifícios da austeridade, como reduzir ao máximo os gastos com as políticas sociais em nome da eficiência dogmática do equilíbrio fiscal, e da invisibilização da dívida pública, permitindo que os gastos financeiros em progressão geométrica não sejam percebidos e nem compreendidos em sua natureza e destinação pela população.

Portanto, na essência, o neoliberalismo prega um Estado mínimo para a classe trabalhadora, com menos direitos e proteção social, e um Estado máximo para o capital, com mais recursos públicos e proteção à fração da burguesia financeira e rentista.

Ora, esse projeto neoliberal saiu vitorioso no Brasil em 2018, e passou a ser implementado com toda a volúpia de um “Chicago boy” bolsonarista em 2019. No entanto, com a pandemia do COVID-19, a volúpia destruidora do Estado brasileiro, em nome de um fanatismo distópico sustentado pelo lema “Deus acima tudo! Brasil acima de todos”, ganha sua feição mais cruel.

As medidas econômicas tomadas, até aqui, para minimizar o impacto do coronavírus na vida das empresas e das pessoas mostrou a faceta mais sombria do neoliberalismo tupiniquim, isto é, do necroliberalismo verde e amarelo nessa pandemia: a de que a força de trabalho que não (mais) produz valor será descartada.

Por isso, Bolsonaro, Guedes e sua trupe insistem que os trabalhadores jovens superexplorados retornem ao trabalho e os demais morram por contaminação dos mais novos ou por fome, gerando uma limpeza etária e social que produzirá, ao mesmo tempo, o enigmático e sacrossanto equilíbrio fiscal neoliberal e os lucros futuros da Finança.

Protege os patrões, a fração da burguesia financeira e rentista nacional e internacional, tanto financeiramente pelo aporte de dinheiro às suas instituições bancárias (R$ 1,2 trilhão) e pela garantia de suas aplicações financeiras (R$ 1,1 trilhão), como nas questões trabalhistas, pela possibilidade de suspensão dos contratos de trabalho sem o devido pagamento dos salários dos funcionários.

O necroliberalismo de Guedes é a expressão prática da necropolítica genocida do governo Bolsonaro em tempos de pandemia.

#BastaGovernoBolsonaro

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